sábado, 1 de agosto de 2009

GENOCÍDIO - ENTREVISTA



Qualquer banda que consiga se manter ativa por 22 anos merece reverência. Ainda mais se essa banda for do Brasil. Como qualquer formação de metal do mundo, o Genocídio enfrentou altos e baixos, mudanças de line-up e até um acidente que fez com W. Perna, seu membro fundador, perdesse parte do dedo polegar da mão direita. Tal fato o obrigou a trocar a guitarra pelo baixo. Porém, nada disso parece suficiente para segurá-los. Prestes a soltar seu novo álbum de estúdio, intitulado The Clan, o grupo que lançou clássicos definitivos do metal nacional, como Depression e Hoctaedron, aparenta não mostrar sinais de fraqueza, como comprova o hoje baixista W. Perna na entrevista abaixo:


1 - Como foi sua adaptação da guitarra para o baixo e qual influência esse fato teve no som do Genocídio?

W. Perna: Para ser sincero, a adaptação maior foi reaprender a segurar a palheta (risos). Sempre gostei de tocar baixo e até cheguei a criar algumas melodias de baixo nas músicas antigas do Genocídio.



2 - O novo álbum, The Clan, está previsto para sair este ano (2009). Como você o define musicalmente? Quais as principais diferenças que The Clan terá em relação ao Rebel
lion (último álbum de estúdio da banda)?

W. Perna: Cada disco do Genocídio tem uma história, tem seu momento, como o Rebellion teve o dele e agora o The Clan terá o seu. Trabalhar no DVD Probations (ao vivo, lançado em 2008) foi muito gratificante. Escolher as músicas, reviver épocas por meio dos vídeos, fotos e todo material que tínhamos arquivado foi uma ótima experiência. Acho que o The Clan vai representar esse momento. Acredito que o disco surpreenderá muita gente e talvez decepcione outras. Isso é o verdadeiro Heavy Metal, estar sempre incomodando alguém!



3 - O Genocídio completa 22 anos de carreira este ano. Durante esse período, o metal sofreu diversas mudanças. Como o grupo se adaptou ao estilo de hoje e em quais aspectos a banda ainda se mantém relevante?

W.Perna: Sim, ganhamos nossa maioridade há alguns anos, mais exatamente quando gravamos o DVD (risos). Hoje, temos outra visão bem diferente de 10 anos atrás e mais ainda depois de 20 anos. Fazemos o que gostamos e sem compromisso com qualquer individuo ou instituição. As mudanças que podem ter acontecido na banda, se existiram, foram por escolha nossa, não por seguir uma tendência ou mudança.



4 - Durante todo esse tempo, você nunca montou projetos paralelos ou participou de outros grupos. O Genocídio sempre foi o suficiente para te completar como músico?

W.Perna: Primeiro preciso aprender a tocar de verdade, daí penso em talvez, um dia, tocar em outra banda (risos).



5 - O EP Genocídio saiu em 1987. Naquela época, o metal no Brasil ainda dava seus primeiros passos e havia dificuldade em se obter discos, equipamentos e instrumentos. Havia pouca informação disponível e pouco known-how. Hoje, o País está na rota das turnês dos principais grupos do gênero, há uma grande quantidade de bandas e muito mais informações disponíveis. Entretanto, há uma séria crise no mercado fonográfico por conta dos downloads. Qual época você prefere e por quê?

W.Perna: Não saberia te responder, pois as duas épocas têm seu lado bom e ruim. Hoje você pode tocar ao vivo em seu site e qualquer um no mundo todo pode te ver tocar. Antes, isso era inimaginável. Porém, há esse problema da pirataria, que é um problema que poderia ter sido resolvido se fosse mesmo necessário.


www.genocidio.com.br

www.myspace.com/officialgenocidio

Um comentário:

  1. O Genocídio tem personalidade própria e isso conta muito!

    QUOTE: "Fazemos o que gostamos e sem compromisso com qualquer indivíduo ou instituição."

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